18 novembro 2009

As Crianças no Plano Espiritual



Celso Martins
Já diziam os romanos: Natura non facit saltum… Equivale dizer “A Natureza não dá saltos…” Nada se cria, nada se perde… dizia o grande químico francês Lavoisier. Tudo se transforma. E se transforma de uma modalidade em outra mais aprimorada, de uma maneira gradativa, havendo sempre diversas modalidades intermediárias.
A vida que se inicia para o Espírito além da sepultura nada mais é também do que um desdobramento natural, uma progressiva continuação da vida terrena, naturalmente num plano um tanto diferente, mas não profundamente diverso, menos material, menos denso do que essa vida que se leva aqui na Terra…
É isso que aprendemos lendo os relatos de Swedenborg, de Vale Owen, do Irmão Jacob e notadamente de André Luiz.
Emmanuel Swedenborg (engenheiro, físico e astrônomo sueco, notável médium vidente) dizia que no mundo dos Espíritos ele viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais, palácios onde deveriam morar os chefes. Todas as crianças, batizadas ou não, eram igualmente recebidas e jovens serviam de mães até que chegassem as suas mães verdadeiras, ainda no mundo corporal.
Em seu livro “VOLTEI”, por exemplo, no capítulo XI, o Irmão Jacob (Frederico Figner) narra que foi conduzido pela filha Marta até uma instituição da Espiritualidade onde tais espíritos eram recebidos além da sepultura.
Diz Jacob que Marta lhe explicou que a instituição asilava irmãozinhos desencarnados entre 7 e 12 anos de idade, e, porque ele, Jacob, indagasse pelas crianças tenras, ela esclareceu que quando não se trata de entidades, excepcionalmente evoluídas, inacessíveis ao choque biológico da reencarnação, há outrossim lugares adequados, onde o tempo e o repouso lhes favorecem o despertar a fim de que lhes não sobrevenham abalos nocivos!
Sua maior surpresa foi a de conhecer uma assembléia de meninos-orientados. São meninos e meninas de um passado mais respeitável e por isso mesmo mais acessíveis aos ensinamentos evangélicos da instituição. Enquanto ali permaneciam, desempenhavam valiosas tarefas entre as duas esferas da vida, servindo em grupos socorristas a adultos e a outras crianças desencarnadas!… Como o Irmão Jacob chega a definir, são como que escoteiros do heroísmo espiritual!…
Amigos, a morte nada destrói!… Nem mesmo o corpo… Apenas se transforma em novas substâncias químicas no seio de um sepulcro… A vida prossegue por toda a Eternidade, onde não existe para os “anjinhos” o já desacreditado limbo da Igreja Católica… Mas sim ambientes onde tais espíritos possam evoluir.
Fonte: Revista O Semeador – Abril/1981
Do Livro “Religião dos Espíritos”. 58, Francisco Cândido Xavier, FEB)
(Do livro "Alma e Coração", psicografia de Francisco Cândido Xavier)

12 novembro 2009

Poema das Mãos



Esqueça as próprias dores e deixe que as mãos de Jesus lhe penetrem a alma no sacerdócio do socorrer.

Enxugue o pranto dos olhos anônimos e pense as feridas dos estranhos nos caminhos por onde seguem os infelizes.

Distenda a parcela de pão, levando aos lábios alheios a porção de alimento mensageiro da vida.

Ofereça o remédio calmante, conduzindo o bálsamo portador da saúde.

Recorra ao passe salutar, renovando a água pura com a aplicação de energias superiores para a recuperação dos aflitos.

Não se faça desatento nem demore indiferente ante o espetáculo afligente que se dilata ante os seus olhos.

Jesus necessita das suas mãos para o ministério da vida abundante.

Deixe-se penetrar por Ele, esquecendo-se dos problemas que o escravizam ao poste da inutilidade.

De pouca valia serão as suas lágrimas se apenas expressam um abandono que não existe mas no qual você acredita.

Sem significação redundam os seus sofrimentos, se eles somente refletem a solidão onde você se refugia, deixando-se arrastar por injustificável pessimismo.

Para quem foi agraciado pela excelência da fé imortalista, não há como deter-se na contabilidade das dores pessoais, longe da renovação que surge em cada instante como porta aberta à glória do bem.

Suas mãos no trabalho, médiuns das mãos de Jesus, são um poema de invencível amor.

Ofereça assim, os recursos da própria pequenez e permita que as divinas mãos do Cristo operem pelas suas.

Doe as horas excedentes dos seus dias à jornada abençoada com que o Mestre honra a sua vida, desde que foi iluminada pela mensagem da Doutrina Espírita, que desdobra para o seu entendimento a epopéia da Cruz como lição viva de libertação dos penates da carne.

Emoldure sua existência com as bênçãos resultantes das suas mãos compondo o poema da fraternidade em derredor dos sofredores da Terra.

Suas mãos podem ser as alavancas do amor construindo o mundo novo.

Livro: Sementes de Vida Eterna. Psicografia de Divaldo P. Franco.