18 novembro 2009

As Crianças no Plano Espiritual



Celso Martins
Já diziam os romanos: Natura non facit saltum… Equivale dizer “A Natureza não dá saltos…” Nada se cria, nada se perde… dizia o grande químico francês Lavoisier. Tudo se transforma. E se transforma de uma modalidade em outra mais aprimorada, de uma maneira gradativa, havendo sempre diversas modalidades intermediárias.
A vida que se inicia para o Espírito além da sepultura nada mais é também do que um desdobramento natural, uma progressiva continuação da vida terrena, naturalmente num plano um tanto diferente, mas não profundamente diverso, menos material, menos denso do que essa vida que se leva aqui na Terra…
É isso que aprendemos lendo os relatos de Swedenborg, de Vale Owen, do Irmão Jacob e notadamente de André Luiz.
Emmanuel Swedenborg (engenheiro, físico e astrônomo sueco, notável médium vidente) dizia que no mundo dos Espíritos ele viu casas onde viviam famílias, templos onde praticavam o culto, auditórios onde se reuniam para fins sociais, palácios onde deveriam morar os chefes. Todas as crianças, batizadas ou não, eram igualmente recebidas e jovens serviam de mães até que chegassem as suas mães verdadeiras, ainda no mundo corporal.
Em seu livro “VOLTEI”, por exemplo, no capítulo XI, o Irmão Jacob (Frederico Figner) narra que foi conduzido pela filha Marta até uma instituição da Espiritualidade onde tais espíritos eram recebidos além da sepultura.
Diz Jacob que Marta lhe explicou que a instituição asilava irmãozinhos desencarnados entre 7 e 12 anos de idade, e, porque ele, Jacob, indagasse pelas crianças tenras, ela esclareceu que quando não se trata de entidades, excepcionalmente evoluídas, inacessíveis ao choque biológico da reencarnação, há outrossim lugares adequados, onde o tempo e o repouso lhes favorecem o despertar a fim de que lhes não sobrevenham abalos nocivos!
Sua maior surpresa foi a de conhecer uma assembléia de meninos-orientados. São meninos e meninas de um passado mais respeitável e por isso mesmo mais acessíveis aos ensinamentos evangélicos da instituição. Enquanto ali permaneciam, desempenhavam valiosas tarefas entre as duas esferas da vida, servindo em grupos socorristas a adultos e a outras crianças desencarnadas!… Como o Irmão Jacob chega a definir, são como que escoteiros do heroísmo espiritual!…
Amigos, a morte nada destrói!… Nem mesmo o corpo… Apenas se transforma em novas substâncias químicas no seio de um sepulcro… A vida prossegue por toda a Eternidade, onde não existe para os “anjinhos” o já desacreditado limbo da Igreja Católica… Mas sim ambientes onde tais espíritos possam evoluir.
Fonte: Revista O Semeador – Abril/1981
Do Livro “Religião dos Espíritos”. 58, Francisco Cândido Xavier, FEB)
(Do livro "Alma e Coração", psicografia de Francisco Cândido Xavier)

12 novembro 2009

Poema das Mãos



Esqueça as próprias dores e deixe que as mãos de Jesus lhe penetrem a alma no sacerdócio do socorrer.

Enxugue o pranto dos olhos anônimos e pense as feridas dos estranhos nos caminhos por onde seguem os infelizes.

Distenda a parcela de pão, levando aos lábios alheios a porção de alimento mensageiro da vida.

Ofereça o remédio calmante, conduzindo o bálsamo portador da saúde.

Recorra ao passe salutar, renovando a água pura com a aplicação de energias superiores para a recuperação dos aflitos.

Não se faça desatento nem demore indiferente ante o espetáculo afligente que se dilata ante os seus olhos.

Jesus necessita das suas mãos para o ministério da vida abundante.

Deixe-se penetrar por Ele, esquecendo-se dos problemas que o escravizam ao poste da inutilidade.

De pouca valia serão as suas lágrimas se apenas expressam um abandono que não existe mas no qual você acredita.

Sem significação redundam os seus sofrimentos, se eles somente refletem a solidão onde você se refugia, deixando-se arrastar por injustificável pessimismo.

Para quem foi agraciado pela excelência da fé imortalista, não há como deter-se na contabilidade das dores pessoais, longe da renovação que surge em cada instante como porta aberta à glória do bem.

Suas mãos no trabalho, médiuns das mãos de Jesus, são um poema de invencível amor.

Ofereça assim, os recursos da própria pequenez e permita que as divinas mãos do Cristo operem pelas suas.

Doe as horas excedentes dos seus dias à jornada abençoada com que o Mestre honra a sua vida, desde que foi iluminada pela mensagem da Doutrina Espírita, que desdobra para o seu entendimento a epopéia da Cruz como lição viva de libertação dos penates da carne.

Emoldure sua existência com as bênçãos resultantes das suas mãos compondo o poema da fraternidade em derredor dos sofredores da Terra.

Suas mãos podem ser as alavancas do amor construindo o mundo novo.

Livro: Sementes de Vida Eterna. Psicografia de Divaldo P. Franco.



09 outubro 2009

ORAÇÃO E HUMILDADE

Meu Deus, sei que ainda sou um ser em evolução e que muitas vezes fujo dos objetivos que o Senhor traçou para que eu alcance a minha felicidade.

Sei também que nem sempre consigo fazer o bem que desejo, e muitas são as vezes que faço o mal que já não gostaria mais de fazer.
Por isso venho a ti, Senhor, para rogar forças, coragem e lucidez para acertar mais vezes do que me equivocar, e quando me equivocar, que seja por fraqueza ou ignorância, mas nunca por deliberação.
Venho a ti para pedir que não permita, em tempo algum, que eu perca a vontade de viver, apesar dos momentos de dor e de sofrimento, que por certo terei que passar.
Pedir ajuda para cultivar o otimismo, mesmo que o futuro não seja tão promissor.
Para que me ensine a desenvolver o romantismo, ainda que em meu peito o coração pareça ter emudecido.
Senhor, ajuda-me a não perder a fé na amizade, mesmo que às vezes os amigos me traiam ou me abandonem nos momentos em que mais precisar deles.
Ajuda-me a cultivar o hábito e a alegria de ajudar as pessoas, ainda que muitas delas sejam ingratas e incapazes de retribuir.
Ensina-me a manter o equilíbrio até nos momentos de grandes abalos, em que tudo conspire para que eu perca o rumo.
Senhor, ajuda-me a amar sem esperar retribuição nem reconhecimento dos seres amados.
A observar a vida com brilho no olhar, até nos momentos em que a escuridão turbe os meus olhos.
A enfrentar os desafios da vida com garra e disposição, mesmo sabendo que as derrotas são inevitáveis no meu caminho.
Permita-me usar sempre a razão e o bom senso, ainda que o apelo dos vícios seja forte, insistente e constante na minha intimidade.
Sobretudo, Senhor, ajuda-me a elevar o sentimento de justiça acima dos meus próprios interesses.
Permita-me conservar o amor pela família, mesmo que ela me exija imensos esforços e árduas renúncias em prol da sua harmonia.
Ensina-me a ver sempre o lado bom e belo das coisas, apesar das lágrimas que brotam amargas do fundo da minha alma.
Senhor, que eu jamais perca a vontade de herdar as estrelas, mesmo habitando um planeta pequeno e de categoria inferior.
E, acima de tudo...
Que eu jamais esqueça que o Senhor é a inteligência suprema do universo e que me ama infinitamente...
Que provê minhas necessidades, ampara-me sempre e só quer o meu aperfeiçoamento.

Que eu possa entender as pessoas que são mais frágeis que eu...
A não julgar o meu semelhante...
A educar meus sentimentos e desenvolver minha inteligência...
E, por fim, que eu nunca esqueça que sou um espírito imortal... E que minha felicidade é uma conquista minha...

Nos dias em que a tristeza se apresentar, dissimulada e insistente em sua janela, recolha-se por alguns instantes...
Busque sintonizar com as forças do bem, que pairam acima das nuvens densas que envolvem a terra, e alimente sua intimidade com a harmonia celeste.
Não se deixe envolver pela tristeza, pois ela lhe impedirá de ver a esperança que insiste em lhe acenar com a certeza de que um novo e lindo dia surgirá. 

30 setembro 2009

26 agosto 2009

Minutos de sabedoria


Os conselhos ajudam, não há dúvida...
Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas está dentro de nós mesmos, na
voz silenciosa de nossa consciência, que é a voz de Deus dentro de nós.
Não se deixe enganar: só você será o responsável pelo caminho que escolher.
Ninguém poderá prestar contas por você.
Procure, portanto, viver acertadamente, de acordo com sua consciência.
* * * * * * * * * * * * * * *
Resolva seu problema!
Há muito tempo que você se propõe reformar sua vida, melhorar seus atos, cessar definitivamente
suas fraquezas.
Vamos, então, começar a partir deste momento!
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje...
De certo você não há de resolvê-lo do dia para a noite.
Mas, comece já!
E se cair de novo, não desanime: saiba recomeçar quantas vezes for preciso!
* * * * * * * * * * * * * * *
Embora sozinho, continue a caminhada!
Se todos o abandonarem, prossiga sua jornada.
Se as trevas crescerem em seu redor, mais uma razão para que você mantenha acesa a pequenina
chama de sua Fé.
Não deixe que a luz se apague, para que você mesmo não fique em trevas.
Ilumine, com sua Luz, as trevas que o circundam.
* * * * * * * * * * * * * * *
Cada um de nós é responsável por seus atos.
Por que vai desanimar, pelo que os outros fizeram a você?
Que tem você que ver com isso?
Siga à frente, ainda que o mundo inteiro esteja contra você.
Você há de vencer, mesmo que fique sozinho.
Continue sem desânimo, porque você é o único responsável por seus atos.
* * * * * * * * * * * * * * *
Nossa mente está mergulhada na Mente Divina que sustenta os universos infinitos.
Nossa força mental permanece impregnada da Força Mental Divina, que está em toda a
parte ao mesmo tempo.
Procure manter-se unido a esta Força Infinita, e jamais será derrotado.
Você tem esse Poder: confie!
Você vencerá em toda a linha, se o quiser.
* * * * * * * * * * * * * * *
Modifique seu modo de pensar, para que sua saúde se firme e estabeleça.
Pare de queixar-se de doenças!
A doença é aumentada pela nossa emissão mental negativa.
Expulse a enfermidade, confiando em sua cura!
Você pode curar-se!
Você está melhorando cada dia mais, sob todos os pontos de vista.
* * * * * * * * * * * * * * *
Aprenda a repousar sua mente.
A mente cansada não pode pensar direito.
Repouse a mente, fazendo o exercício da Higiene Mental, para conquistar cada vez maior
energia e vigor.
O cérebro cansado turva o pensamento.
E o pensamento é a maior força criadora que existe sobre a terra.
Repouse o cérebro, para pensar com acerto e alegria.
* * * * * * * * * * * * * * *
Não aceite maus conselhos!
Não se deixe sugestionar por palavras de desânimo!
Sempre existe uma saída para qualquer problema, por mais complexo e difícil que nos pareça.
A Força Divina que rege os universos está dentro de nós.
Ligue-se ao Pensamento Universal de Bondade e Amor, e vencerá todos os obstáculos.

23 julho 2009



Prece de Chico Xavier

Que Deus não permita que eu perca o romantismo, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.

Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.

Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa.

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.

Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir essa ajuda.

Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia .

Que eu não perca a vontade de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim.

Que eu não perca a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que eu verei no mundo, escureceram meus olhos.

Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a derrota e perda são dois adversários extremamente perigosos.

Que eu não perca a razão, mesmo sabendo que a tentações da vida são inúmeras e deliciosas.

Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.

Que eu não perca o meu forte abraço, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos.

Que eu não perca a beleza e a alegria de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotaram de meus olhos e escorrerão por minha alma.

Que eu não perca o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigirá incríveis para manter a sua harmonia.

Que eu não perca a vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido a provas e ate rejeitado.

Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno,

E, acima de tudo, que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!

Amém.

20 julho 2009

História de um médium





As observações interessantes sobre a doutrina dos Espíritos sucediam-se umas às outras, quando um amigo nosso, velho lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:
- "Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do médium..."
- "Sob que prisma?" - Indagou um dos circunstantes.
- "Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o meio."
- "Para esclarecer a minha observação - continuou o nosso amigo - contar-lhe-ei a história
de um companheiro dedicado, que desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e dolorosa."
Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se ainda estacionássemos num ambiente terrestre, aguçou os ouvidos, colocando-se à escuta:
- "Azarias Pacheco - começou o narrador - era um operário despreocupado e humilde do
meu bairro, quando as forças do Alto chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico. Moço e inteligente, trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos, ganhando, honradamente, a remuneração mensal de quatrocentos mil réis.
Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o Espiritismo e a mediunidade lhe abriram um novo campo de estudos, a cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.
Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas horas de folga, atendia aos seus deveres
mediúnicos com irrepreensível dedicação. Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas, através de suas mãos. Médicos desencarnados atendiam, por ele, a volumoso receituário.
E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral admiração.
Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os seus valores medianímicos e, em pouco tempo, a sua residência humilde povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens. Muitos deles diziam-se espíritas confessos, outros eram crentes de meia-convicção ou curiosos do campo doutrinário.
O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoal numerosas obrigações de família, começou a sacrificar primeiramente os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos filhinhos as horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade doméstica.
Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe apenas as horas dedicadas à conquista de seu pão cotidiano, com vistas aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.
Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face de sua precisosa resistência espiritual, no cumprimento de seus deveres.
Dentro de sua relativa educação medianímica, Azarias encontrava facilidade para identificar a
palavra de seu guia sábio e incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de vigilância.
Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e os seus trabalhos.
Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de sua vida.
Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a dentro, em longas narrativas dispensáveis. Outros alegavam os seus direitos às exclusivas atenções do médium. Alguns acusavam-no de preferências injustas, manifestando o gracioso egoísmo de sua amizade expressando o ciúme que lhes ia n'alma, em palavras carinhosas e alegres. Os grupos doutrinários disputavam-no.
Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo diverso, mas os testemunhos de tantos
afetos lhe eram sumamente agradáveis ao coração.
Sua fama corria sempre. Cada dia era portador de novas relações e novos conhecimentos.
Os centros importantes começaram a reclamar a sua presença e, de vez em quando, surpreendiam-no as oportunidades das viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos, com grandes reuniões de homenagens, no ponto de destino.
A cada instante, um admirador o assaltava:
- "Azarias, onde trabalha você?..."
- "Numa oficina de consertos."
- "Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"
- "Quatrocentos mil réis."
- "Ó! mas isso é um absurdo... Você não é criatura para um salário como esse! Isso é uma miséria!...”
Em seguida outros ajuntavam:
- "O Azarias não pode ficar nessa situação. Precisamos arranjar-lhe coisa melhor no centro da
cidade, com uma remuneração à altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação no serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para dedicar-se à missão...”
O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência, respondia:
- "Ora, meus amigos, tudo está bem. Cada qual tem na vida o que mereceu da Providência Divina e, além de tudo, precisamos considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais, pelos Espíritos e não pelos homens!...”
Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.
Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem pensava no lar e começava a assinalar na sua ficha de serviços faltas numerosas.
A princípio, algumas raras dedicações começaram a defendê-lo na oficina, considerando que, aos olhos dos chefes, suas falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude do renome que o cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de seu diretor que o despediu nestes termos:
"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo aqui, por mais tempo. Suas faltas no trabalho atingiram o máximo e a administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos companheiros."
O interpelado saiu com certo desapontamento, mas lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.
Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova colocação, mas, em cada tentativa, encontrava sempre um dos seus admiradores e conhecidos que obtemperava:
¾ "Ora Azarias, você precisa ter mais calma!... Lembre-se de que a sua mediunidade é um patrimônio de nossa doutrina... Sossega, homem de Deus!... Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo neste transe."
Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium se cotizariam, entre si, de modo que
ele viesse a perceber uma contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo, habilitado a viver tão somente para a doutrina.
Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais, vacilava ante a medida, mas à frente de
sua imaginação estavam os quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.
Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.
Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria interminável e sem precedentes. Dia e noite, seus consulentes estacionavam à porta. O médium buscava atender a todos como lhe era possível. As suas dificuldades, todavia, eram as mais prementes.
Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema das cotas mensais.
Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu após o receituário. No seu coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava enfraquecido. A esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.
Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho. Sua residência era objeto de uma perseguição tenaz e implacável. E ele continuou recebendo.
Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.
Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o coração, mas o médium sentia-se obrigado a
aceitar as injunções de quantos o procuravam levianamente.
Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações e encheram-lhe o campo mediúnico de aberrações e descontroles.
Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas dependia o pão dos seus, Azarias se sentia
na obrigação de prometer alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem. Procurado para a felicidade no dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor do mundo, o médium prometia sempre as melhores realizações, em troca dos míseros mil réis da consulta.
Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode receber o pensamento dos seus protetores espirituais mais dedicados.
Experimentando toda sorte de sofrimentos e de humilhações, se chegava a queixar-se, de leve,
havia sempre um cliente que lhe observava:
- "Que é isso, "seu" Azarias?... O senhor não é médium? Um médium não sofre essas coisas!...
Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação de seus caprichos:
- "E a sua missão, "seu" Azarias?... Não se esqueça da caridade!..."
E o médium, na sua profunda fadiga espiritual, concentrava-se, em vão, experimentando uma
sensação de angustioso abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.
Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos, falando, em voz baixa, após as despedidas:
- "Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..." - Dizia um deles.
- "Ora, isso era esperado - redargüia-se - desde que ele abandonou o trabalho para viver à
custa do Espiritismo, não podíamos aguardar outra coisa."
- "Além disso - exclamava outro do grupo - todos os vizinhos comentam a sua indiferença
para com a família, mas, de minha parte sempre vi no Azarias um grande obsidiado."
- "O pobre do Azarias perverteu-se - falava ainda um companheiro mais exaltado - e um
médium nessas condições é um fracasso para a própria doutrina..."
- "É por essa razão que o Espiritismo é tão incompreendido! - sentenciava ainda outro - Devemos tudo isso aos maus médiuns que envergonham os nossos princípios."
Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a sua falta de caridade. A própria família o abandonou à sua sorte, tão logo haviam cessado as remunerações.
Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.
Essa circunstância foi a última porta para o livre ingresso das entidades perversas que se assenhorearam de sua vida.
O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos noticiários, rodeado de observações ingratas e de escandalosos apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da morte..."
O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas lembranças.
- "Então, quer dizer, meu amigo - observou um de nós - que a perseguição da polícia ou a
perseguição do padre não são os maiores inimigos da mediunidade"...
- "De modo algum. - Replicou ele, convicto. -O Padre e a política podem até ser os portadores
de grandes bens."
E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo, rematou a sua história, sentenciando, gravemente:
- "O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."
(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 29 de abril de 1939).

08 julho 2009



Olá amigos, sejam bem vindos a este espaço que foi criado com o objetivo de comentar e publicar a respeito dessa doutrina tão consoladora que é o Espiritismo,mas ainda tão pouco compreendida por tanta gente... Fiquem a vontade que a paz de Jesus esteja sempre conosco e que a luz de seu imenso amor brilhe no seu coração hoje e sempre... Assim seja!

05 julho 2009

Sejá bem vindo !

Não Critique!
Procure antes colaborar com todos, sem fazer críticas.
A crítica fere, e ninguém gosta de ser ferido.
E a criatura que gosta de criticar, aos poucos, se vê isolada de todos.
Se vir alguma coisa errada, fale com amor e carinho, procurando ajudar.
Mas, sobretudo, procure corrigir os outros, através de seu próprio exemplo!
* * * * * * * * * * * * * * *
Deus está em toda a parte ao mesmo tempo, em redor de você, dentro de você!
Jamais você está desamparado.
Nunca está só.
Não permita que a mágoa o perturbe: procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa
de Deus dentro de você.
Assim poderá superar todas as dificuldades que aparecerem em seu caminho, e há de descobrir
a Verdade que existe em todas as coisas e pessoas.
* * * * * * * * * * * * * * *
Lembre-se de que colheremos, infalivelmente, aquilo que houvermos semeado.
Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas
do passado.
Fique alerta quanto ao momento presente!
Plante apenas sementes de otimismo e de Amor, para colher amanhã os frutos doces da alegria
e da felicidade.
Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou.

Livro "Minuto de sabedoria" CARLOS TORRES PASTORINO
Compilação:
Ivo André Maioli
Cínthia Madureira